Por esses acasos fabulosos, que só as fábulas proporcionam, um dragão e um dinossauro encontraram-se num país muito distante.
- O que vejo?!! - rugiu o dragão, soltando fogo pelas ventas - um monstro!!!
- Veja quem está falando!!!- urrou o dinossauro, erguendo seu grosso pescoço - não se enxerga, não?!!
O dragão era medieval, portanto não sabia da existência de dinossauros, mas retrucou:
- Nunca te vejo, cara de percevejo!
- Nunca me viu, cara de pavio?!! - respondeu, com presença de espírito infantil, o imenso dino.
Ver aqueles dois seres gigantes a se digladiar era mesmo uma cena dantesca.
O dragão, que já tinha enfrentado tantos inimigos, inquiriu desafiante:
- De onde vens, criatura formidável?!! o que pretendes neste meu reino de contos de fadas?
- Eu que te pergunto! - bradou o dino - cá estou desde priscas eras!
- Pois nunca te vi em nenhuma história!
- É que eu sou pré-histórico, jurássico! seu...seu...pterossauro fumegante!
- Ah, é? ah, é... seu...seu...frango depenado!
- Até posso ser um "frango depenado", mas ao menos eu existi, de verdade...ao contrário de ti, que é uma quimera.
- Se eu sou uma "quimera", tu és um fóssil vivo ambulante.
O mago Merlin, que por ali passava procurando um lugar para cravar a espada Excalibur espantou o dinossauro com uma praga:
- Vá para o Loch Ness, seu monstro!
Já o coitado do dragão, como sabemos, virou um rato, que foi comido por um gato de botas.
Moral da fábula: dinossauro que quer viver na Idade Média acaba virando Monstro de Loch Ness.
Porto Alegre, 14 de março de 2020.
Imagem: Google
Edu Cezimbra
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