quarta-feira, 4 de março de 2020

A Pátria de Chuteiras


Na Rússia, a guerra contra a invasão nazista foi chamada de "Guerra Patriótica".

Quando Stalin sentiu a derrota iminente apelou ao tradicional nacionalismo russo e ressuscitou a "Mãe Rússia".

Funcionou, como sabemos...

Tanto, que depois da "Guerra Patriótica", Stalin sempre perguntava sobre os chefes de estado que iam visitá-lo: "Quantas divisões ele tem?", referindo-se às divisões blindadas do seu exército.

No Brasil, não sofremos uma invasão alemã com seus tanques Panzer mas um 7X1.

Aqui, a guerra é travada em uma partida de futebol, bem menos sangrenta, convenhamos.

Como chamar esta guerra? "Guerra Ludopédica", quem sabe, lembrando que o termo é uma tentativa de tradução para o português do anglicismo "futebol".

Aqui, o presidente (ou ditador) perguntava: "Quantos títulos mundiais ele tem?"...

É de Nélson Rodrigues a expressão "Pátria de Chuteiras", explorada sem pudor tanto pela esquerda quanto pela direita.

O Brasil, por não ter armas de guerra, talvez tenha achado nas chuteiras um símbolo nacional mobilizador do patriotismo.

Há quem reclamasse desta alegoria futebolística do "País do Futebol".

Aqui para nós, até dá saudades deste tempo em que a chuteira era um símbolo nacional, ao invés de uma marca multinacional...


Porto Alegre, 4 de março de 2020.

Imagem: UOL, Google

Edu Cezimbra

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