Elysium é uma gigantesca estação espacial que orbita uma Terra devastada.
A maioria da população sobrevive em condições precárias semelhante aos moradores das nossas favelas.
Trabalham em enormes fábricas, também em condições precárias, a exemplo de maioria dos trabalhadores sob o regime neoliberal
O espanhol é a língua mais falada nos EUA, enquanto o inglês permanece como língua da elite que vive confortavelmente em "Elysium".
E vivem muito mesmo, graças a uma miraculosa tecnologia médica capaz de curar em poucos segundos qualquer enfermidade.
Como todo filme de ficção científica robôs fazem tudo, embora, contraditoriamente, as fábricas empreguem muitos humanos.
Não quero abordar a trama do filme porque esta não foge muito do gênero ficção científica distópica.
Quero sim compartilhar com meu caro e raro leitor o sentimento que me causou o filme.
Os bilionários, atualmente, não querem mais governar o mundo - mas se proteger dele -, disse um analista político.
Concordo. Elysium é uma poderosa metáfora dessa impactante realidade.
O preocupante é que essa elite econômica poderosa, além de se proteger do mundo, está se lixando para o planeta e seus habitantes, humanos ou não.
Fico sempre me perguntando, quando vejo estes filmes, se os roteiristas omitem ou ignoram que não haveria matéria-prima suficiente para produção dessa alta tecnologia, mantida essa crise ambiental.
Nesse sentido, Mad Max, filme mais antigo, é muito mais convincente sobre o que se enfrentaria em um futuro não tão distante quanto o de Elysium.
Então, feito esse parêntese, fica o alerta: se não "comovermos" os super-ricos a voltarem a se interessar pelo planeta e seus habitantes vamos todos juntos, ricos ou pobres, para o Hades e não para os Campos Elísios...
Porto Alegre, 26 de janeiro de 2018.
Imagem: Google
Edu Cezimbra
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