As pombas
Raimundo Correia
Vai-se a primeira pomba despertada...
Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas
De pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sanguínea e fresca a madrugada...
E à tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais de novo elas, serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada...
Também dos corações onde abotoam,
Os sonhos, um por um, céleres voam,
Como voam as pombas dos pombais;
No azul da adolescência as asas soltam,
Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam,
E eles aos corações não voltam mais...
Raimundo da Mota de Azevedo Correia nasceu em Barra da Magunça
(MA), em 1859 e faleceu em Paris, França, no ano de 1911.
Seu primeiro livro de poesia, "Primeiros Sonhos", foi publicado em 1879. Nos anos seguintes, foi redator da "Revista Ciência e Letras" e colaborador dos jornais "A Comédia", "Entr'ato" e "O Boêmio". Formou-se em Direito, em São Paulo, em 1882; no mesmo ano mudou-se para o Rio, onde entrou para a magistratura. Em 1883, sairia seu livro de poemas "Sinfonias"; seguiriam-se "Versos e Versões", 1883/1886 (1887), "Aleluias", 1888/1890 (1891) e "Poesias" (1898). Foi membro-fundador da Academia Brasileira de Letras, em 1897, mesmo ano em que secretariou a legação brasileira em Lisboa. O poeta forma, com Olavo Bilac e Alberto de Oliveira, a tríade fundamental do Parnasianismo brasileiro. Foi um sonetista admirável e, segundo Manuel Bandeira, autor de “alguns dos versos mais misteriosamente belos da nossa língua."
Seu primeiro livro de poesia, "Primeiros Sonhos", foi publicado em 1879. Nos anos seguintes, foi redator da "Revista Ciência e Letras" e colaborador dos jornais "A Comédia", "Entr'ato" e "O Boêmio". Formou-se em Direito, em São Paulo, em 1882; no mesmo ano mudou-se para o Rio, onde entrou para a magistratura. Em 1883, sairia seu livro de poemas "Sinfonias"; seguiriam-se "Versos e Versões", 1883/1886 (1887), "Aleluias", 1888/1890 (1891) e "Poesias" (1898). Foi membro-fundador da Academia Brasileira de Letras, em 1897, mesmo ano em que secretariou a legação brasileira em Lisboa. O poeta forma, com Olavo Bilac e Alberto de Oliveira, a tríade fundamental do Parnasianismo brasileiro. Foi um sonetista admirável e, segundo Manuel Bandeira, autor de “alguns dos versos mais misteriosamente belos da nossa língua."
O soneto ora apresentado foi publicado no livro "Sinfonias", Livraria Editora de Faro & Lino - Rio de Janeiro, 1883, e extraído de "Poesias completas", organização, prefácio e notas de Múcio Leão,Ed. Nacional - São Paulo, 1948, p.38. (Itaú Cultural - Panorama Poesia e Crônica).
Do site Releituras
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