como um oceano sem vento
não te conduzas pela esperança
nem te arrastes pelo medo
Deixa a mente pura
como um oceano sem bruma
não te alegres com o ganho
nem te entristeças com a perda
Deixa a mente silenciosa
como um oceano sem trovoadas
não te encantes com os elogios
nem te aborreças com os insultos
Deixa a mente vazia
como um oceano sem barcos
não te apegues ao eu nem ao outro
nem te julgues separado da natureza original do vazio
Deixa a mente indivisível
como um oceano sem ondas
não te iludas com o desejo
nem te enganes com a aversão
Deixa a mente ilimitada
como um oceano sem praias
não te confines no interior
nem te disperses no exterior
Deixa a mente insondável
como um oceano sem oceano
não te confundas com o nome da forma
nem com a forma do nome
Conserva sempre o barco vazio
enquanto cruzares o oceano
mantendo sempre a paz da mente
mesmo durante a maior das tempestades
mantém a mente serena
mesmo quando soprar
o mais forte vento
mantém a mente pura
mesmo quando se acumular no horizonte
a mais densa bruma
mantém a mente silenciosa
mesmo quando ribombar
o mais temível trovão na noite escura
mantém a mente indivisível e ilimitada
enquanto as vagas se renovam no mar
e estouram na beira da praia
Pema Lhundrup Dorje
Porto Alegre, 12 de janeiro de 2013
Arte: Edu Cezimbra
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