A minha primeira vez foi assim: lá estavam eles, alinhados, capas duras vermelho-escuro, letras douradas.
Peguei o primeiro volume (eram dezessete) e oh, decepção, tinha muitas letras e poucas ilustrações.
Na época via "livros com muitas letras" como livros de adultos, e, como ardoroso fã de "revistinhas" (HQ), a minha primeira vez por pouco foi adiada, pois a reação instintiva foi fechar o grosso volume.
No entanto, algo me fez ler as primeiras palavras e foi como um truque de mágica: as imagens surgiram instantaneamente à minha frente.
A partir daí nunca mais deixei de ler, tornando-me um ávido leitor de tudo o que caísse em minhas mãos.
Para a mim a leitura se tornou "obrigatória". Recordo o prazer que me dava ficar horas na leitura, envolvido com os personagens e suas aventuras.
Engraçado, mas essa coleção estava bem escondida em uma estante fechada e ninguém me ofereceu os livros. Fui eu que os descobri bisbilhotando na estante.
Às vezes, tenho a impressão de que aqueles livros é que me seduziram de uma maneira misteriosa, como um fetiche.
Quem pode saber... o que não dá para negar que esse caso de amor com os livros é de longa data e sem hora para acabar.
O leitor mais atento já deve ter adivinhado que coleção foi essa que tanto me cativou, não?
Acertou quem pensou nas obras infantis do escritor brasileiro Monteiro Lobato e suas divertidíssimas personagens como Emília, Visconde de Sabugosa, Narizinho, Pedrinho, Dona Benta, Tia Nastácia e tantos outros...
Porto Alegre, 27 de março de 2017.
Foto: EOH
Edu Cezimbra
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