Um professor universitário de literatura é proibido de ensinar sobre autores banidos pelo regime, sob pena de ser demitido por seu chefe de departamento.
Seu psicanalista e amigo de longa data interpreta uma obsessão do professor da seguinte forma:
- Nós pusemos o país nas mãos de um louco. Refugiar-se em uma fantasia pode ser uma resposta racional a um mundo irracional.
Por ironia da história, o louco se interessa por um livro escrito pelo professor, descrito assim pelo próprio para uma aluna apaixonada por ele:
- Um homem que mata a esposa porque a ama, ela tem uma doença incurável.
Por isso, o professor é cooptado para servir o estado totalitário e justificar seus crimes contra a humanidade, com essa cínica racionalização, por parte de um funcionário do alto escalão do regime:
- Seu livro é uma defesa inteligente da eutanásia pelo bem da humanidade.
Este mesmo burocrata lhe mostra cartas de pessoas comuns como provas "do espírito inigualável de renovação em nosso país."
Quando o amigo psicanalista questiona sua decisão, o professor se defende, afirmando:
- Ele é uma piada, não vai durar muito...
Vicente Amorim é o diretor desse filme sobre um estado autoritário que atinge milhões de pessoas inocentes com seus crimes contra a humanidade.
Embora pareça acontecer no Brasil contemporâneo, o filme não é de um diretor pernambucano, mas retrata o nazismo e os seguidores fanáticos de Hitler.
Fica a pergunta da jovem amante do professor quando este se dispõe a ajudar o amigo psicanalista judeu:
- Você arriscaria tudo o que temos por ele?!!
Trailer de "Um Homem Bom":
Porto Alegre, 30 de maio de 2019.
Imagem: Google
Edu Cezimbra
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