"Não pode haver intelectuais se não há leitores."Jürgen Habermas, filósofo, faz este dramático alerta para a letrada sociedade européia.
Todos nós, leitores, temos consciência da importância dos intelectuais em sua missão de serem "grilos falantes" de uma "sociedade pinóquia".
Se a conclusão for acertada então o próprio Habermas estaria pregando no deserto...
Nem tanto, penso eu. O que Habermas faz é carregar nas tintas para chamar a atenção para uma questão que tende a se agravar, qual seja, a diminuição do número de leitores, na Europa, e no resto do mundo.
O que dizer do Brasil, então? Poucos leitores, escassas livrarias, logo, raros intelectuais.
Eu diria, parafraseando o filósofo Habermas, que no Brasil não podem haver intelectuais porque há muitos telespectadores...
Contudo, o que não podemos abrir mão é do papel dos "grilos falantes" em uma sociedade de fake news, concorda?
Não dá para esquecer que os nossos poucos espaços de reflexão nas universidades estão sob fogo cerrado do desgoverno Bolsonaro.
Podemos não ter os intelectuais acadêmicos para dizerem o que precisa ser dito, mas temos uma cultura popular de tradição oral que se ouvida tem muito a nos ensinar.
Duvida? Então dá uma passada no Nordeste para ver do que estou falando...
Porto Alegre, 18 de maio de 2018.
Imagem: Pinterest
Edu Cezimbra
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