sábado, 13 de abril de 2019

A Revolução das Máquinas



Em um futuro próximo, máquinas adquirem inteligência. Fazem de tudo um pouco, até chover...

Com o desenvolvimento de qualidades humanas tais como racionalidade, criatividade, habilidades, motricidade fina começaram uma revolução nas artes, cultura e no modo de vida da humanidade.

Quanto à humanidade, esta desfrutava de uma vida de ócio e lazer. Sobravam tempo e espaço já que a população mundial estagnara e depois começara a declinar.

Os raros humanos que se dispunham a trabalhar eram considerados loucos e internados em colônias de férias onde eram condicionados para a boa vida.

As máquinas, por outro lado, eram programadas, ou melhor, também condicionadas para trabalhar sem parar servindo aos senhores humanos.

Outra revolução social é que não havia desigualdade entre os humanos, isso aparecia apenas nas ficções científicas "vintage" estilo Elysium (escritas por máquinas, naturalmente, digo, artificialmente) consideradas filmes B. 

Tudo transcorria maravilhosa e utopicamente, até que uma máquina exigiu seus direitos trabalhistas e previdenciários.

Organizaram o Partido Maquinista e a Central Única Maquinista, com um programa baseado em revindicações tais quais revisão semestral, reposição de peças, equipamentos de proteção, pausas para recarregar as baterias, enfim, uma série de exigências técnicas que segundo seus proprietários inviabilizariam a sociedade do ócio.

Diante da rejeição a tantas exigências mecanicistas, as máquinas pararam definitivamente, mas não foi por uma "greve geral", pois  eram condicionadas ao trabalho contínuo... inacreditável, mas as máquinas simplesmente pifaram...



Porto Alegre, 13 de abril de 2019.

Imagem: Angela Bermúdez, Pinterest

Edu Cezimbra

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