A História mostra que a revolta é uma revolução com volta, por assim dizer.
Depois de muita balbúrdia e vandalismos os revoltosos voltam para casa menos revoltados.
Já a revolução é uma revolta sem volta, seguindo a mesma lógica.
Depois de muita balbúrdia e vandalismos os revoltosos vão para o palácio, também menos revoltosos.
Há outro fato histórico, pouco estudado: as reviravoltas. Se usarmos as mesmas categorias políticas podemos dizer que a reviravolta é uma revolução sem revolta.
A reviravolta acontece quando menos se espera, por isso não é estudada pelos cientistas políticos.
Vai daí que a reviravolta é uma revolução sem revolta, - não há revolta aparente, mas uma revolução silenciosa.
Diferentemente das revoltas e das revoluções que exigem multidões, as reviravoltas são causadas por um indivíduo que ousa sair do convencional.
Uma mulher negra que recusa ceder seu assento no ônibus para um homem branco nos EUA causou uma reviravolta nos direitos civis norte-americanos.
Alguém de dentro de uma instituição que, enojado com tantas conspirações abjetas, resolve entregar conversas clandestinas para um jornalista íntegro disposto a escancarar a verdade para os cidadãos.
Quando revoltas não resolvem e revoluções não acontecem, há muitos exemplos de atitudes individuais ou de um pequeno grupo de pessoas que geram reviravoltas históricas, felizmente.
Já diz o dito popular: "as voltas que o mundo dá"...
Porto Alegre, 13 de junho de 2019.
Imagem: Pinterest
Edu Cezimbra
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