Capítulo à parte: A Basílica da Sagrada Família
Na
cidade de Gaudí, há que “madrugar” para se ver um pouco de
suas obras magistrais em apenas dois dias!
Primeira
parada obrigatória: a Basílica da Sagrada Família. E aí está uma
“obrigação” que se faz com muito gosto...
A
Sagrada Família não é uma catedral magnífica apenas, e sim uma
escultura gigantesca, que Gaudí concebeu em sua genialidade moldada
com uma profunda devoção associada a um vanguardismo alucinante.
Impressionante!
Para
ter uma ideia da magnitude do projeto, iniciada no início do século
XX, ainda se encontra inacabada por ter sido bombardeada na Guerra
Civil Espanhola mas também face à sua intricada concepção
arquitetônica.
Uma
das fachadas, a mais antiga, construída sob a supervisão direta do
arquiteto adquiriu aquela tonalidade escurecida típica de prédios
mais antigos.
Toda
esculpida com figuras sacras e com motivos da natureza que mostram o Nascimento
de Jesus guarda um simbolismo complexo, motivo de estudos acadêmicos,
como constatei em sua livraria.
Esta outra fachada representa a Paixão de Cristo e as esculturas são de Josep Maria Subirachs, que a mim lembraram pinturas de Cândido Portinari, pelos traços rudes e marcantes. Formam um conjunto em que se tem a impressão de uma forte comoção passada por Gaudí, pois segundo consta já estava muito doente quando as encomendou.
Não
deixe de investir no ingresso pago ao interior da Sagrada Família,
não só para contribuir com a conclusão da catedral mas
especialmente pela experiencia culminante que é estar nele.
Gaudí
conseguiu criar uma floresta dentro da catedral! Com suas muitas e
gigantes colunas em forma de árvore e com o jogo de luz obtido pelas
cúpulas e vitrais coloridos vivencia-se a caminhada em uma mata em
dia de sol...
Permanecemos
um bom tempo circulando com os olhos para cima e também sentamos
para sentir uma atmosfera de muita paz e beleza que o interior da
igreja proporciona.
Gaudí
estava tão dedicado a esta obra monumental que se mudou para a
basílica, até morrer atropelado quando ia à missa matinal.
Felizmente deixou seguidores...
Tirei
o chapéu para Gaudí!
Próxima
parada: Paseo de Gracia, 92. A Casa Milà mais conhecida pelo nome
popular de “La Pedrera”, por ser toda construída com blocos de
pedra calcária, que lhe dá um aspecto rochoso.
Barcelona, 18 de fevereiro de 2016
Edu Cezimbra
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