O difícil não é dar a 'resposta certa', o difícil é fazer a 'pergunta certa'.
Uma pergunta certeira como uma flecha que acerta o centro do alvo foi a que um pajé fez: "para que vocês, brancos, vão para a escola, para destruir nossas florestas?"
Um outro mestre dizia que sua aula para ser boa tinha que deixar muitas perguntas ao invés de uma resposta certa.
Teve até um educador que aboliu as séries, as provas, as aulas, até a figura do professor transformada em tutor, com excelente aproveitamento de seus alunos, ou melhor, cidadãs e cidadãos responsáveis pela escola.
Aquele outro que conseguiu fazer com que as crianças 'mal pudessem esperar' para ir à escola tão divertida e atraente que era...
Certo mestre chegou ao ponto de fazer sabão, brinquedos educativos produzidos pelas crianças, provando que sua pergunta era certa: "dá para fazer educação embaixo de uma mangueira?"
Há quem faça da escola uma orquestra ou companhia teatral em tempo integral.
Uma educadora indígena não aceitou a pergunta do branco: "o que você vai ser quando crescer". Pergunta errada, cara-pálida, nós já somos gente, disse ela, queremos aprender a defender nosso modo de ser.
E um mestre africano respondeu magistralmente a uma pergunta certeira:
"É preciso toda uma aldeia para educar uma criança."
Porto Alegre, 15 de outubro de 2016.
Foto: Mães de Uma Nova Escola
Edu Cezimbra
Nenhum comentário:
Postar um comentário