Erich Maria Remarche, veterano da Primeira Guerra Mundial, escritor alemão, em seu romance 'Nada de Novo no Front' conta a dura e inglória luta de soldados alemães para sobreviver na frente de batalha.
O romance de Remarche causou muita polêmica na opinão pública - e escândalo no governo alemão -, porque destruía a visão romântica da guerra incutida no imaginário social pelos filmes oficiais de propaganda de guerra.
Ao invés de heróis indômitos, o que o livro mostra são homens maltrapilhos, esfomeados, amedrontados.
Não à toa, em 1933, Remarche teve que se exilar na Suíça para fugir da perseguição nazista pelos seus romances 'pacifistas'.
Mudam as datas das guerras, a forma como são travadas, os motivos para a declaração da guerra. Não mudaram quem provoca as guerras.
Os estados nacionais vão para a guerra por 'razões de estado'. Muitas vezes por ocultas motivações, não declaradas, apesar de declararem a guerra sob qualquer pretexto...
Uma dessas motivações ocultas é mostrada magistralmente por George Orwell no romance '1984': o 'estado de guerra permanente' mantém a população submissa e, mais, apoiando o seu 'denodado' governo.
E, quando não há guerra declarada, forjam uma 'guerra fria'. Nesta, também, apesar do conflito entre ideologias, há um ganho para ambos os lados do conflito pois mantém o apoio interno aos seus governos.
Qutra conduta comum entre os diferentes estados beligerantes é esconder o 'resultado' dessas guerras, como conta Remarche.
'Compreensível'... Afinal, se as pessoas vissem o estado deplorável com que voltam (quando voltam) seus bravos guerreiros certamente não apoiariam tão entusiasta e cegamente seus generais e políticos que fizeram a guerra.
Bem lá no fundo, as nações não guerreiam entre si, mas contra a humanidade, assim parece, ao se saber de tantos crimes de guerra cometidos em nome de Deus e da Pátria.
Porto Alegre, 9 de outubro de 2016.
Foto: 'Nada de Novo no Front', 1930
Edu Cezimbra
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