A luz bruxuleante da vela e o cheiro da cera derretendo acompanham essa crônica( escrevo à luz de vela).
Um silêncio sepulcral quebrado pelo uivo dos cachorros dos vizinhos forma um quadro tétrico para uma noite escura após um forte temporal.
Pingos d'água a cair dos telhados e das folhas das árvores da mata completam a trilha sonora.
Romântico à beça, não fosse o bate-estaca de uma festa 'rave' na praia...
Na praça em frente, as luzes da iluminação pública são um deboche para os moradores de várias ruas sem energia elétrica há mais de oito horas.
Alguns moradores viram o carro da companhia elétrica (CEEE) passar em frente às suas casas várias horas antes e os funcionários religarem a energia nos postes 'do outro lado da rua'.
As palavras que lhes ocorrem devem ser 'descaso', 'incompetência', 'despreparo dos terceirizados'.
Vou ficar com 'falta de logística' em emergências, como são as quedas de energia elétrica após temporais.
Depois de mais de doze horas, por volta da meia-noite, a luz elétrica voltou para apagar os tocos de velas e os moradores saíram mais uma vez, com atraso, da idade das trevas, para o gozo do direito a um serviço essencial, atualmente, de alto custo.
Porto Alegre, 16 de outubro de 2016.
Edu Cezimbra
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