A história dos oprimidos não está nos livros, nem nos arquivos históricos, muito menos em discursos políticos ou acadêmicos.
Tudo isso são versões dos opressores.
A história 'oficial' é a que esconde as versões de quem sofreu a injustiça e a opressão. Se quisermos descobrir o que de fato aconteceu não será nos registros oficiais.
A história dos oprimidos está onde a memória da língua nativa ainda resiste aos colonizadores.
A história dos derrotados é escrita com sangue, suor e lágrimas. E é lida em cada rosto sofrido, na boca desdentada, no corpo embrutecido que ainda dança, joga capoeira, conta histórias a 'boca pequena' ao 'pé-do-ouvido' de quem confia.
Não é na lata do lixo da história (lugar de golpistas) que vamos achar os testemunhos de opressão, genocídios e exclusão dos pobres.
Essa história dos excluídos vamos achar nas culturas populares onde os registros 'não-oficiais' são transmitidos de mestres para aprendizes.
Quando a história dos oprimidos começa a ser escrita as versões dos opressores vão para a 'lata do lixo da história'.
A Nossa História
Conto a nossa história
Para meus filhos
Com minhas mãos calejadas
Meu corpo embrutecido
Na batalha cotidiana do pão
Conto a nossa história
Para comadres e compadres
Com minha boca desdentada
Meu rosto sofrido
Debaixo de uma mangueira
Sabem de nossa história
As crianças ao escutarem
De seus pais e avós
Nas rodas e folguedos
As antigas canções e parlendas
Sabem de nossa história
Aqueles que de nós são próximos
De corações e mentes abertas
Ouvidos para ouvir sem medo
De juntos sofrer e chorar
Para meus filhos
Com minhas mãos calejadas
Meu corpo embrutecido
Na batalha cotidiana do pão
Conto a nossa história
Para comadres e compadres
Com minha boca desdentada
Meu rosto sofrido
Debaixo de uma mangueira
Sabem de nossa história
As crianças ao escutarem
De seus pais e avós
Nas rodas e folguedos
As antigas canções e parlendas
Sabem de nossa história
Aqueles que de nós são próximos
De corações e mentes abertas
Ouvidos para ouvir sem medo
De juntos sofrer e chorar
Porto Alegre, 03 de setembro de 2016.
Foto: Vó Chica
Edu Cezimbra
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