quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Na batalha



Como vai? Tudo bem? - Na batalha.

A batalha pode ser um 'trampo', lícito ou ilícito, formal ou informal, reconhecido ou discriminado.

Ou 'basquete'. Curioso, duas gírias bem díspares para designar o trabalho (deixemos o trampo de lado).

"O trabalho enobrece o homem", correto? 

Já se foi o tempo em que os nobres não se enobreciam no trabalho, considerado vergonhoso pois era função dos escravos e servos. 

Aliás, o próprio termo trabalho etimologicamente vem do latim 'tripalium', instrumento de tortura usado para obrigar o escravo a trabalhar.

Foi muito depois que um barbudo de nome Marx (não precisa apresentações) inverteu o sentido de trabalho dando ao termo conotações redentoras...

Voltemos então, sem termos saído, à batalha...Quem ia e ainda vai realmente à batalha?  O soldado, óbvio...

Os soldados, na época romana, eram camponeses que aguardavam ansiosamente a convocação para mais uma campanha militar para fugir da dura vida no campo.

Qual era o 'soldo do soldado'? O sal, esse mesmo, o sal de cozinha! Vem daí a palavra 'salário', por mais estranho que possa parecer aos olhos do trabalhador.

E o basquete, pergunta você (ou não)? O basquete como sabemos é um jogo de bola ao cesto. Convenhamos, com poucos adeptos no Brasil, talvez porque o brasileiro prefira usar os pés para jogar a bola...

O futebol, esporte nacional, não é associado ao trabalho, percebe? 

A 'pelada' na praia, no campinho ou no clube é sinônimo de lazer com os amigos. Embora seja encarada como uma 'batalha' pelos dois times...

Outro dia, soube que um trabalhador francês processou o Estado por...  tédio!Isso é, por ter passado uma vida inteira trabalhando em algo que o aborrecia imensamente. Se essa moda pega...

No fundo, no fundo, não mudamos muito...

Ainda sonhamos com batalhas para fugir do tédio. 


Porto Alegre, 15 de setembro de 2016

Foto: Elles sont féroces, Guerre n°5, 1808, de Goya

Edu Cezimbra 




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