Como vai? Tudo bem? - Na batalha.
A batalha pode ser um 'trampo', lícito ou ilícito, formal ou informal, reconhecido ou discriminado.
Ou 'basquete'. Curioso, duas gírias bem díspares para designar o trabalho (deixemos o trampo de lado).
"O trabalho enobrece o homem", correto?
Já se foi o tempo em que os nobres não se enobreciam no trabalho, considerado vergonhoso pois era função dos escravos e servos.
Aliás, o próprio termo trabalho etimologicamente vem do latim 'tripalium', instrumento de tortura usado para obrigar o escravo a trabalhar.
Foi muito depois que um barbudo de nome Marx (não precisa apresentações) inverteu o sentido de trabalho dando ao termo conotações redentoras...
Voltemos então, sem termos saído, à batalha...Quem ia e ainda vai realmente à batalha? O soldado, óbvio...
Os soldados, na época romana, eram camponeses que aguardavam ansiosamente a convocação para mais uma campanha militar para fugir da dura vida no campo.
Qual era o 'soldo do soldado'? O sal, esse mesmo, o sal de cozinha! Vem daí a palavra 'salário', por mais estranho que possa parecer aos olhos do trabalhador.
E o basquete, pergunta você (ou não)? O basquete como sabemos é um jogo de bola ao cesto. Convenhamos, com poucos adeptos no Brasil, talvez porque o brasileiro prefira usar os pés para jogar a bola...
O futebol, esporte nacional, não é associado ao trabalho, percebe?
A 'pelada' na praia, no campinho ou no clube é sinônimo de lazer com os amigos. Embora seja encarada como uma 'batalha' pelos dois times...
Outro dia, soube que um trabalhador francês processou o Estado por... tédio!Isso é, por ter passado uma vida inteira trabalhando em algo que o aborrecia imensamente. Se essa moda pega...
No fundo, no fundo, não mudamos muito...
Ainda sonhamos com batalhas para fugir do tédio.
Porto Alegre, 15 de setembro de 2016
Foto: Elles sont féroces, Guerre n°5, 1808, de Goya
Edu Cezimbra
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