Douglas Segantin é um jovem com graves limitações neurológicas advindas de uma falta de oxigenação durante o parto que lhe dificultam muito a locomoção e a fala.
Não bastasse isso, sofreu violência doméstica da parte de um padrasto que lhe expulsava de casa.
Vende seus 20 livros de poesia de porta em porta e assim sobrevive de arte em uma guerra particular.
Por isto é um exemplo de superação e de amor à arte, em especial, à poesia!
Por inteiro
Fiz-me de servo,
Inútil, banal,
Um sorriso no rosto,
Mas fajuto, forçado.
Corri de vários lados,
A direita refletia meus erros
A esquerda surrada por dias
De fracasso, tristeza e solidão.
As campinas da minha existência,
Se corrompiam aos escravizados dias
Difíceis que passei, sem nexo de atitudes,
Sem saber a imensidão que existia na reação de cada ação.
Nas práticas fabulosas,
O palco que me assistia
Era o meu interior, aplaudiam
De pé, mas também vaiava.
A solução era o silêncio,
Mas sou comunicativo
Notei então, as regras do jogo,
Mudança de atitudes.
Preparei então meu peito,
Cansado das perdas de outrora
Visitei arquivos da minha longa jornada,
Notei papéis empoeirados e esquecidos
Douglas Segantin - poesia selecionada para a Fase Regional do Mapa Cultural Paulista 2009/2010
Jornal Independente
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